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2 de Julho: Personagens mantêm viva a memória da Independência nas ruas de Salvador

Milhares de pessoas ocupam as ruas de Salvador nesta quarta-feira (2) para acompanhar mais uma edição do cortejo cívico em celebração à Independência do Brasil na Bahia. Com o tema “Eu Sou o 2 de Julho”, a festa — organizada pela Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM) — é marcada pela presença de símbolos históricos, expressões populares e homenagens à luta dos baianos em 1823. O trajeto do cortejo vai do Largo da Lapinha ao Campo Grande, passando por pontos simbólicos e atraindo moradores, turistas e participantes de diversas regiões do estado.

A programação começou cedo, às 6h, com a alvorada e a tradicional queima de fogos na Lapinha. Às 8h, autoridades participaram do hasteamento das bandeiras com execução do Hino Nacional pela Banda de Música da Marinha. Logo depois, às 9h, foi iniciado o desfile cívico, com a participação dos Caboclos de Itaparica, fanfarras, filarmônicas e grupos populares.

O diretor de Artes e Fomento Cultural da FGM e coordenador da festa, George Vladimir, pontuou momentos centrais do evento. “Sem dúvida nenhuma, o ponto alto do desfile é, primeiramente, o hasteamento das bandeiras aqui na porta do Memorial 2 de Julho (Pavilhão). Em seguida, há a homenagem a Maria Quitéria, na Praça da Soledade, com os carros do Caboclo e da Cabocla, quando todas as instituições depositam flores em sua homenagem. Logo depois, ocorre a chegada no Carmo, que é também um momento muito bonito do desfile, e a homenagem na Igreja do Rosário dos Pretos, ainda na parte da manhã”, citou.

Tradição – Ainda segundo o diretor, um dos destaques deste ano é a retomada de uma tradição. “À tarde, sem dúvida, a grande novidade é a volta dos Encourados de Pedrão, que, depois de quase 20 anos, retornam ao desfile. Desta vez, eles vêm a pé – ainda não conseguimos viabilizar o retorno com montaria, por conta dos cuidados com os animais. Mas a presença dos Encourados de Pedrão, sem dúvida nenhuma, é um dos pontos altos do desfile deste ano”, acrescentou Vladimir.

O cortejo também é marcado pela atuação do Batalhão Quebra-Ferro, grupo formado em maioria por servidores da Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman), responsáveis pela condução das imagens do Caboclo e da Cabocla ao longo do percurso. A participação do grupo é uma das mais esperadas pelo público e carrega um simbolismo que une fé, memória e pertencimento.

“Sou um dos mais antigos no Batalhão, e a importância de estar aqui é muito grande, porque essa festa representa o povo brasileiro e simboliza a luta dos nossos antepassados”, declarou Pedro Raimundo das Virgens Hamburgo, conhecido como Tuchê, de 65 anos, que participa há 43 anos do Batalhão Quebra-Ferro.

“A preparação até hoje é um pouco trabalhosa, porque nós começamos com a armação dos carros até chegar a esse momento. E, quando chega no Campo Grande, no fim do desfile, vem aquela sensação de dever cumprido. Me sinto como os antepassados, que terminaram a batalha vitoriosos”, emendou o servidor.

Outro personagem conhecido da festa é Hildo Peixoto, caboclo-mestre da tribo Guaranis de Itaparica, que participa do desfile há mais de seis décadas representando os povos originários que resistiram à ocupação portuguesa. “A sensação é muito boa por estarmos aqui hoje. Graças a Deus, com essa multidão, melhor ainda. Me sinto com muito entusiasmo representando os povos originários nessa celebração. Sinto muita alegria. Fico muito feliz quando estou aqui fazendo essa apresentação com o grupo Os Guaranis de Itaparica, como caboclo-mestre. Para mim, é uma satisfação”, afirmou.

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