A I Feira Municipal de Artesanato – Artesãos do Oeste movimentou a Praça Academia da Saúde, em Luís Eduardo Magalhães, nos dias 16 e 17 de agosto, reunindo expressões culturais diversas que valorizaram a arte e a inclusão na região. O projeto foi proposto pelo escultor Edilson Gomes e realizado em parceria com o Instituto Educa Mais, por meio da Consultoria Educa+ Cultura.
O evento contou com a participação de artesãos locais: Mariele Wierzbicki, Silvia Garcia, Mailane Santos, Eli Eni e Luciana Wierzbicki, que apresentaram trabalhos manuais representando a identidade cultural do Oeste baiano. As obras dialogaram com outras linguagens artísticas, como a música, o cinema e a poesia falada.
Um dos pontos altos da programação foi a Batalha de Rima da Batalha do TBT, fundada pela MC Iriszona, que consagrou Lyall como vencedor da noite. A disputa entrou para a história do Oeste baiano ao ser a primeira batalha de rima da região com acessibilidade em Libras, garantindo que pessoas surdas pudessem acompanhar e vibrar com os versos improvisados ao lado dos MC’s. A iniciativa reforça a importância de tornar os espaços culturais mais inclusivos e acessíveis a diferentes públicos.

A programação também incluiu a Sessão Oeste de Cinema, realizada em parceria com o Festival de Cinema Circular, que exibiu produções audiovisuais como A Rua Fala Neguin, 77 Freestyle 1º Ato: Diamantes da Lama, Seu Rastro e o curta documental Yalodê. Além das exibições com janela de Libras, o debate pós-sessão contou com intérprete presencial, beneficiando especialmente a comunidade surda de Luís Eduardo Magalhães, representada pela APASLEM – Associação de Pais e Amigos dos Surdos de LEM.
Complementando as atividades, os visitantes também puderam apreciar a exposição “Resgatando a Ancestralidade”, resultado da oficina de tintas naturais ministrada pela artista Andréa Nader (Carrancuda), e curtir o set musical da DJ Kali Andra (Gabriela Fagundes).
Para o idealizador do projeto, Edilson Gomes, a feira também foi espaço de partilha pessoal e inspiração coletiva.
“Foi na escultura que encontrei força para enfrentar a surdez e a depressão. É por meio dela que expresso minha conexão com a terra e a vida rural”, destacou o artista.
Mais do que uma mostra de artesanato, a Feira Artesãos do Oeste se consolidou como um encontro de linguagens, gerações e histórias, reafirmando a força da cultura como ferramenta de transformação social e inclusão.